sábado, 13 de abril de 2013

MC&R EM NIOAQUE - O MELHOR PRESENTE É ESTAR AQUI

Pouco antes do carnaval, quando recebeu o convite para se apresentar na festa de aniversário de Nioaque, Rodolfo não pensou duas vezes para aceitar. Precisou apenas confirmar se já não havia nada marcado nesta data, e ao fazer isso viu que não poderia dar presente melhor à sua querida cidade.

 

Maria Cecília e Rodolfo só haviam se apresentado em Nioaque uma única vez, em 2008, com menos de um ano de carreira e às vésperas de gravar seu primeiro CD. Naquela noite de 3 de maio a sede da Accatran ficou lotada como nunca se viu, e nem mesmo o frio que fazia afastou as pessoas de apreciar o filho famoso da cidade e sua companheira – até então só dos palcos.

5 ANOS... QUEM DISSE QUE O QUE É PERFEITO NÃO PODE MELHORAR?
 
Passados 5 anos, 3 DVDs, centenas de shows e incontáveis fãs, Maria Cecília e Rodolfo voltaram a Nioaque, agora conhecidos no país inteiro e com uma bagagem profissional extensa. Mas eles, especialmente Rodolfo, queriam dar esse presente para a cidade que viu aquele menino, filho do doutor Ildeu e da querida tia Vânia, chegar ainda bebezinho, crescer, se tornar um homem de bem e um artista respeitável, por isso não hesitaram em aceitar o convite do prefeito Gerson.





























































































Muitos duvidaram que a cidade pudesse oferecer estrutura para um evento de tal tamanho, outros foram contra o show e chegaram inclusive a acusar Rodolfo – muito injustamente – de ter vergonha de ser nioaquense, de esconder isso até. Mas, como assim? Nioaque é uma delícia de cidade, mas como alguém, por exemplo, que sempre viveu em São Paulo, ou no interior de Santa Catarina ou  do Rio Grande do Sul, e não tem parentes na região saberia da existência dela se não fosse pelo Rodolfo? Foi justamente ele que levou o nome da cidade para todo canto em que passou, que sempre bateu no peito com orgulho de sua origem, que contou lendas locais em rede nacional. Como assim? É esse mesmo Rodolfo que tem vergonha de ser de Nioaque? É o mesmo que faz questão de voltar lá sempre que pode para visitar amigos e familiares, para votar a cada eleição, para repor as energias para essa vida que leva como artista? Das duas uma: ou não falamos da mesma pessoa, ou quem disse isso, quem fez tal acusação, o fez por inveja, despeito, ou qualquer outro sentimento vil e ruim, coisas que Rodolfo nem sabe o que são.




Enfim, mesmo com essa turma “do contra” tudo foi se encaminhando bem para a realização desse sonho. Mas poucos dias antes a região de Nioaque inteira foi assolada pela chuva. Logo o nível do rio que leva o nome da cidade subiu muito, e a inevitável enchente atingiu a população ribeirinha e parte da zona rural, chegando inclusive próxima ao centro. A cidade se mobilizou, prefeitura e exército agiram e correram retirar os atingidos pela água e abriga-los em casas de amigos e parentes ou no ginásio de esportes. A noite de domingo, uma antes do show, foi de muita apreensão. Em alguns lugares até mesmo os caminhões do exército atolavam, e em outras só se chegava de barco. Apesar do susto e dos prejuízos, graças a Deus nenhuma vida foi perdida. Mas é claro que os detratores de plantão viram aí a oportunidade perfeita para atacar. Perguntavam como era possível a prefeitura querer realizar um show tão grande com tanta gente desabrigada. Então levantou-se a questão: adiantaria alguma coisa não fazer o evento que todos aguardavam? A enchente acabaria se cancelassem tudo? Rodolfo até propôs ao prefeito que o realizasse em outra data, que para ele e Maria Cecília não haveria problema algum, mas isso não foi necessário. E ao saber da situação da população Maria Cecília logo fez um apelo na internet para que os que pudessem fizessem doações aos desabrigados, de roupas, agasalhos, material de higiene e limpeza, água, fraldas. Logo o nível do rio parou de subir e a situação ficou sob controle.



No dia 8, plena segunda-feira, o dia amanheceu lindo, o sol brilhou forte e o palco do show, na praça central, começou a ganhar forma. E à noite, finalmente, Nioaque ganhava seu tão esperado presente de aniversário. Nem mesmo a chuva que caiu pouco antes do show começar espantou o público. Milhares de pessoas, certamente uma aglomeração nunca vista antes em uma cidade tão pequena, se emocionaram demais ao ouvir os primeiros acordes da primeira música da noite. Ouvir aquele “Boa noite, Nioaque!” tão alto que até fazia a gente tremer por dentro foi de arrepiar. Ver Rodolfo também tão emocionado e com o sorriso maior que o de costume, então, nem se fala... Tudo o que ele dizia nas conversas entre as músicas era motivo de festa, e o povo quase explodiu de alegria também quando Maria Cecília, que da primeira vez em que se apresentou em Nioaque era apenas a parceira de dupla do filho da casa, mas não por isso menos querida, falou, agora com propriedade de esposa de Rodolfo: “Agora eu também sou nioaquense, né, gente?”. Claro que é, Maria... De fato, de direito e, sobretudo, de coração. Você foi adotada pela cidade das vogais, e disso não há a menor dúvida, especialmente depois dessa noite.




Mas se foi emocionante para quem assistia o show, certamente foi mais ainda para Rodolfo. Adentrar o palco montado na pracinha onde ele certamente brincou muito durante sua infância, onde ele andou de bicicleta e jogou bolita com os amigos, deve ter provocado um sentimento tão inédito quanto indescritível. Olhar para a plateia e reconhecer ali seus professores, seus vizinhos, o moço da farmácia, o dono da bicicletaria, os amigos de infância, muitos destes agora com seus filhos, seus pais, sua avó, enfim, sua vida. Nem dá para imaginar o que se passou dentro de sua cabeça e de seu coração aquela hora. E ver ali, junto à vida em Nioaque, que deixou para continuar seus estudos em Campo Grande, tudo o que a ela agregou, para aí sim se tornar o Rodolfo que é hoje. Sua esposa, sua sogra, cunhados, os novos amigos, fãs que vieram de longe só para testemunhar aquela noite... Estava tudo ali, junto, no mesmo lugar.




Quando o show terminou as pessoas comemoravam como ao final de um campeonato de futebol, só que com todos torcendo pelo mesmo time.  Todos se abraçavam, pulavam, gritavam de alegria. A chuva parecia ter lavado a alma dos que assistiram àquele verdadeiro espetáculo. Espetáculo, sim, não por ser um grande show de uma grande dupla, mas por ser o show do menino de Nioaque, que agora é famoso no Brasil inteiro, e de sua amada.


E encontrar Maria Cecília e Rodolfo no camarim dessa vez foi mais especial ainda. O brilho nos olhos dos dois era diferente, mais intenso. Estavam muito, muito felizes, isso ninguém pode negar. Se o show foi especial para a cidade, para eles não foi diferente. Voltar para cantar em Nioaque depois de 5 anos e muita história foi mais uma dose da injeção de ânimo de que tanto precisavam, depois de tudo o que passaram – e ainda estão passando – nos últimos tempos.


Claro que sempre vai existir quem seja do contra, quem ponha gosto ruim no que o outro faz só porque é um adversário político, não importando se é uma coisa boa para todos. As enchentes em Nioaque e região não começaram agora, e nem é agora que irão terminar, num passe de mágica. Os problemas são grandes e graves, é óbvio. O importante é que todos precisam se unir e trabalhar pelo bem comum, pelo bem do povo, tanto em Nioaque quanto em qualquer outro lugar. Mas sabemos que a realidade não é tão simples assim. Então, por que não dar um pouco de alegria à vida das pessoas, como fizeram o prefeito Gerson, sua equipe, Maria Cecília e Rodolfo, nesse 164º aniversário de Nioaque?



Para encerrar, voltamos novamente à questão do mito do íbis, presente na música ADOÇANDO AS FALAS, e que já citamos no post sobre a gravação do DVD. Só para recordar, o íbis (versão egípcia da lenda greco-romana da fênix) periodicamente precisa voltar a seu ninho, onde renasce das cinzas, mais forte e poderoso.


Então, que Nioaque, a exemplo do que aconteceu em Campo Grande na gravação do terceiro DVD, seja o ninho de que Maria Cecília e Rodolfo tanto necessitam para voltar ao lugar que lhes é de direito, e de onde nunca teriam saído se não fosse pela ação de pessoas gananciosas e de mau caráter.



Que em Nioaque eles tenham encontrado também uma mãe, que mesmo de longe protege seus filhos, seja ela a “mãe passarinho” ou a “mãe leoa” (nem precisamos especificar quem é quem...).


Que o terceiro DVD seja finalmente lançado e a agenda de shows volte a ser tão cheia que eles mal terão tempo para ficar em casa.



Que a legião de fãs apaixonados e comprometidos aumente a cada dia mais, multiplicando o amor que Maria e Rodolfo plantam no coração de cada um a quem conseguem chegar.



Que esse show tenha sido o presente de que os nioaquenses precisavam para superar mais uma vez as adversidades que infelizmente sempre existirão.


E que, sobretudo, o amor e a energia trocados com a plateia a cada show seja o ânimo de que Maria Cecília e Rodolfo precisam para acordar todos os dias e continuar a fazer o que fazem, e que como o íbis encantador voltem a voar, cada vez mais alto, e mais longe.


Nossos agradecimentos aqui ao prefeito Gerson Garcia e seu vice Jefferson Zakimi; às gordinhas mais top da galáxia, Mayara e Mariana; ao Rosca e toda a organização do show; à tia Irani, tia Vânia e tio Ildeu; à população de Nioaque; à Maria e ao Rodolfo, que além de tudo o que sempre falamos ainda nos levam a conhecer lugares e pessoas que jamais pensaríamos em conhecer, e que agora não conseguimos ficar sem.

Obrigado!!!
E parabéns, Nioaque!!!



PS: Postaremos os demais vídeos aos poucos e avisaremos em nossas redes sociais.