É... Como as coisas mudam, hein...
Acreditamos que nem no melhor de
seus sonhos Maria Cecília e Rodolfo imaginaram que, apenas 6 anos depois
daquele dia que marcou o início da carreira deles, as coisas estariam como
estão hoje.
E nem tinham como imaginar, mesmo.
Essa talvez seja a palavra mais
apropriada: coragem. Afinal, foi dela que Maria Cecília se encheu para dividir
uma música com Rodolfo num intervalo de aula na faculdade, e depois para
convidá-lo para formar a dupla e começarem suas primeiras apresentações. Foi
coragem o que Rodolfo precisou ter para aceitar o convite daquela menina
atrevida, até então apenas mais uma colega entre tantas. Foi coragem o que os
dois tiveram para pisar num palco pela primeira vez, sem saber se seriam
recebidos com aplausos ou vaias. Foi coragem o que entrou como ar no peito
deles para que encarassem seu primeiro grande show, e o que no final daquele
ano precisaram ter para encarar seus pais e dizerem que iriam parar com os
estudos para seguir naquela vida que se prenunciava de sucesso.
Coragem. Esse foi o ingrediente
principal para que essas duas pessoas hoje tão especiais para nós, mas que há 6
anos nem sabíamos que existiam, passassem a fazer parte de tantas e tantas
vidas. E entraram em nosso cotidiano, em nossas mentes e em nossos corações com
tanta força, com tanta intensidade que deixam marcas profundas em quem eles
tocam com suas músicas. Não precisa ser tocado pelas mãos de Maria Cecília e
Rodolfo para se apaixonar. Esse amor vem em forma de música. Mas quando
conseguimos esse contato próximo, quando encontramos aqueles olhares com os
nossos, quando somos recebidos com abraços tão calorosos... Aí é como utilizar
uma droga poderosa, mas com a vantagem que esse sentimento todo que eles nos
despertam é um vício que só nos faz bem, só nos faz crescer e querer que isso
chegue ao máximo possível de pessoas.
Não precisamos ficar aqui fazendo a
retrospectiva de uma carreira que conhecemos tão bem. Não temos que ficar
lembrando de números, das gravações do primeiro CD demo, e depois do primeiro,
do segundo e há pouco do terceiro DVD. Isso todos sabemos, de cor e salteado.
Também não temos que nos esforçar para recordar a primeira aparição na TV, o
encontro com grandes apresentadores, a realização do sonho de conhecer e depois
até gravar com seus ídolos. Se isso está eternizado para nós, imaginem para
Maria e Rodolfo.
Preferimos celebrar, neste
aniversário, o que aprendemos com os aniversariantes.
Aprendemos que é importante lutar
para realizar nossos sonhos, por mais absurdos que possam parecer, que para
chegar ao topo não precisamos fazer das cabeças dos outros os degraus de uma
escada, e que ambição e ganância não são sinônimos. Aprendemos que família e
amigos verdadeiros são a base de tudo, e que por mais pessoas que conheçamos ao
longo da vida nunca devemos colocá-las no lugar dos que fazem de nós quem
somos, e que estão conosco em todos os momentos, mesmo que à distância.
Aprendemos que o sucesso deve andar sempre junto da humildade, e não pode nem
deve mudar a essência que temos no coração, no caráter, na alma. Aprendemos que
o sucesso construído com mentiras e falcatruas é tão forte quanto efêmero.
Aprendemos que mães podem ser corujas, leoas, mas são sempre mães, e aos seus
olhos seus filhos são sempre bebês, e que para defendê-los e protegê-los elas
podem se tornar verdadeiras feras. Aprendemos que só vencemos nossos medos
quando os encaramos, e que não importa quantas quedas e tropeços sofremos, mas
sim quantas vezes e de que maneira levantamos.
Enfim, aprendemos tanto...
Tivemos outros tipos de aprendizado
prático também.
Aprendemos que essas mães já mencionadas,
e também os pais, podem ver sua família aumentar em milhares num piscar de
olhos, com tantos novos sobrinhos que nem dá para mensurar. Aprendemos que não
se deve entrar num brete sem ter 150% de certeza de que o touro está preso, bem
preso mesmo, que não se encosta em uma pessoa que esteja levando um choque, que
calçados com costura manual não servem para ir num rodeio e que cheiro de cocô
de boi não larga fácil (às vezes nunca) de artigos de couro. Aprendemos que
tereré deve ser tomado trincando de gelado, mesmo no inverno, e que churrasco
fica muito bem com mandioca cozida. Aprendemos que a distância não separa
grandes amigos, que é possível conhecê-los e mantê-los virtualmente, e que
verdadeiras amizades se encontram mesmo nos lugares mais remotos, nem que seja
numa cidadezinha tão pequena quanto linda no interior do MS.
Aprendemos, sobretudo, que nunca
sabemos o suficiente para que deixemos de aprender.
Poderíamos passar uma vida inteira
aqui recordando a carreira de Maria Cecília e Rodolfo, nossos encontros, as
músicas preferidas de cada um, os momentos mais marcantes... Nunca haveria
tempo suficiente. Nunca terminaríamos. Por isso, deixamos a cargo de cada um
recordar e reviver essa linda história, dentro do que ela nos significa
individualmente.
Já a Maria Cecília e Rodolfo só
temos a agradecer.
Queridos, muito, mas muito obrigado
mesmo, por tudo, sempre.
Obrigado por fazerem parte de
nossas vidas, por serem tão importantes para nós, individual e coletivamente.
Obrigado por reconhecerem e
valorizarem o significado que têm para cada um.
Obrigado por nos mostrarem que
ainda existe amor de verdade, na sua forma mais pura, e que contos de fadas
podem se tornar reais.
Obrigado por nos fazerem vencer
nossos medos e limites, e por nos levarem a conhecer tantas pessoas e lugares
que dificilmente conheceríamos, se não fosse por vocês.
Obrigado por nos receberem sempre
de braços e sorrisos abertos, mesmo quando não merecemos.
Obrigado por serem os responsáveis
por boa parte da trilha sonora de nossas vidas, e por nos deixarem participar
das suas.
Obrigado por despertarem em nós
talentos que nem sabíamos possuir.
Obrigado por nos ensinarem tanto,
todos os dias.
E obrigado, enfim, por saberem que,
apesar de falarmos e escrevermos tanto nunca conseguiremos expressar todo nosso
amor e gratidão, e por isso mesmo aquilo que não conseguimos expressar com
palavras fica subentendido nas letras e linhas gravadas no coração.
Não poderíamos deixar de agradecer
também, é claro, a seus amigos e familiares, e mais ainda a seus pais, por
serem a base forte sobre a qual se erguem suas vidas, desde sempre e até hoje,
a cada dia, e por nos deixarem fazer parte dessa grande turma, que é o
sustentáculo que mantém vocês de pé.
Obrigado a todos que trabalham com
vocês, direta ou indiretamente, mais especialmente aos que não abandonaram o
barco durante a tempestade. E obrigado também aos que provocaram essa
tempestade: vocês, sujeitos de caráter torpe, não têm ideia do quanto
aprendemos com todo o mal que vocês nos causaram (mas agora e para sempre
queremos distância).
E a Deus, que tudo sabe, tudo pode
e tudo vê, agradecemos a cada dia, na maneira e na fé de cada um, por ter feito
vocês assim, na medida para nós. Ele, o único que faz tudo perfeito,
caprichado, os dotou de tanto carisma e talento, e os transformou em fonte
inesgotável de amor, que jorra sem parar, para que cada um dos que a vocês
chegarem se sinta amado, como nós nos sentimos.
Amores, amados, contem sempre
conosco, para literalmente tudo. Estamos aqui por e para vocês, sempre, para o
que for, a que hora for, da maneira que for, seja para brigar, sofrer, sorrir
ou festejar juntos.
Quando as pedras forem pesadas
demais, nos chamem, que ajudamos a carregar.
Se as barreiras parecerem muito
altas, as superamos juntos.
Se levarem uma rasteira e caírem,
nós os ajudamos a levantar.
Quando alguém os atacar, nos
transformamos na mãe leoa para defendê-los.
Sempre que aparecer uma notícia
boa, que os números do sucesso aumentarem e que vocês tiverem motivo para
festa, nos chamem para comemorarmos juntos.
E todos os dias em que por acaso
pensarem se toda essa loucura que vivem vale a pena, lembrem do tanto de vidas
que vocês mudaram, de quantos corações hoje sorriem felizes pelo simples fato
de vocês tomarem aquela decisão há seis anos, e (parafraseando nossa
queridíssima mãe passarinho) olhem para cima: estão vendo as pontas das nossas
asas?