sábado, 16 de outubro de 2010

MÚSICA - PODER QUE TRANSCENDE E CURA


Há muito que temos ensaiado escrever sobre um tema um tanto delicado, mas agora cremos estar no tempo certo. Esse tema é O PODER DE CURA DA MÚSICA, e o momento é o mais propício, cremos nós, por estarmos contando os dias para o lançamento do segundo DVD de Maria Cecília e Rodolfo. E o que têm nossos lindos a ver com isso tudo? Oras, eles têm literalmente TUDO a ver, já que cantam, tocam, se apresentam e encantam a tantas pessoas que certamente podem chegar a desconfiar, mas não têm uma dimensão real dos benefícios que trazem às vidas de tantas pessoas.

Então, vamos por partes. Quando mencionamos “o poder de cura” da música não queremos falar de um milagre, mas sim de ciência, e a musicoterapia está aí para confirmar isso. É um ramo da psicoterapia que trata de doenças e transtornos psicológicos e mentais de várias ordens utilizando música. E tem comprovação científica para isso: as ondas sonoras invadem o cérebro e desbloqueiam os neurônios, de tal modo que os sentimentos se modificam, ressoando em todo o corpo. E assim as indicações da musicoterapia são variadas. Ela tanto pode ajudar crianças com deficiência mental quanto pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão, estressadas ou tensas. Tem servido também para cuidar de aidéticos e indivíduos com câncer.A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato, independente de idade e classe.Para quem não acredita que a ela tem uma eficácia muito grande contra as doenças e principalmente contra o estresse é porque ainda não vivenciou esse processo.

Quem nunca passou por uma situação assim, seja consigo mesmo ou com alguém próximo, pode até duvidar, mas os que já recorreram à música para se livrar de algum tormento nem precisa de respaldo científico para saber que tudo isso é verdade. Mas às vezes, ou melhor, muitas e muitas vezes a música deixa de ser apenas uma desbloqueadora de neurônios, agindo fisicamente, e passa a agir na alma da pessoa, no seu íntimo, e geralmente é lá que se encontra a maioria dos males psicológicos. A música então não se restringe apenas à mente física, e excedendo a dimensão corporal atinge planos superiores e proporciona mudanças significativas no ser, tendo o poder de libertar, curar, emocionar, descontrair, enfim, transformar. O filósofo alemão Arthur Schopenhäuer vê na arte a possibilidade de transcendência, sendo que a música ocupa o mais alto patamar. Segundo ele, “a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de nos apresentar a pura vontade em seus movimentos próprios; a música é, pois, a própria vontade encarnada”. Não ha gênero definido, basta ouvir o que se gosta e se envolver com a melodia para que os efeitos terapêuticos sejam notados. Mas uma coisa é preciso deixar clara: a música não cura de vez uma doença seja ela psicológica, física ou mental. Ela apenas contribui e muito para erradicar esses males, e como terapia torna os obstáculos da doença mais amenos. A força de vontade nessas ocasiões é super importante.

E onde entra nossa dupla preferida nessa história toda? Bem, como dissemos acima os gostos musicais variam, e Maria e Rodolfo têm muitos fãs, o que todos sabem. O que talvez não saibam, que nem eles mesmos saibam, é que suas músicas estão sendo usadas em sessões de musicoterapia. Isso mesmo: depois das rádios e TVs, Maria Cecília e Rodolfo, os maiores fenômenos da música sertaneja universitária atualmente, invadem os consultórios médicos e se tornam, além de referência musical e ídolos de várias gerações, “remédio” para quem já não encontrava saída em terapias tradicionais. Não podemos quantificar esse benefício de Maria e Rodolfo, mas sabemos que ao menos para uma pessoa especificamente eles foram, e ainda são, fonte não só de alegria e distração, mas trilha sonora nas sessões de musicoterapia, que vão aos poucos substituindo os remédios feitos de substâncias químicas que na mesma velocidade em que amenizam os sintomas também trazem efeitos colaterais que parecem mais doloridos que a própria doença.

A pessoa em questão, da qual preferimos não revelar a identidade, sofre há anos de vários distúrbios psicológicos, como síndrome do pânico, transtornos obsessivos compulsivos (TOCs), fobias diversas e psicose maníaco-depressiva (doença de nome mais feio do que a própria, em que o paciente sofre estados de depressão e euforia alternada e frequentemente, às vezes num mesmo dia). Depois de vários tipos de tratamentos possíveis, de inúmeros remédios prescritos por vários psiquiatras, de sessões de acupuntura, de homeopatia e fitoterapia (terapia através de plantas medicinais), ela descobriu praticamente por si só que havia mais uma opção: a musicoterapia. Fã de música sertaneja desde sempre, e de Maria Cecília e Rodolfo desde a primeira vez em que os viu, em 2008, sempre quis ir a um show maior, como os que ocorrem em rodeios e festas no interior, mas tinha pânico de multidão. Em casas noturnas, fechadas, então, nem pensar. Só se houvesse ao menos um espaço reservado, sem muito contato com gente desconhecida ela ia a lugares assim. Mas um dia, com uma vontade de conhecer seus ídolos maior que o próprio medo, resolveu enfrentar esse inimigo interno e foi, sozinha, a uma festa de peão. Também encarou o desafio de falar com várias pessoas estranhas para chegar ao camarim, seu objetivo final, mais até do que o próprio show. E conseguiu. Nesse dia ela superou seus medos, suas fobias, e pode finalmente conhecer Maria Cecília e Rodolfo pessoalmente. E eles, de trilha sonora, passaram a ser companhia constante para esta pessoa, mesmo que através de suas vozes, num fone de ouvido, na sala de espera de um consultório médico.Há poucos dias, depois de vários shows “enfrentados” sob muito suor, a pessoa em questão decidiu abandonar de vez os remédios químicos e seus efeitos colaterais ao descobrir a musicoterapia. Sentada no consultório, ouviu do terapeuta a seguinte pergunta: “Qual a música que mais relaxa você, que mais faz você se sentir bem?”. E adivinhem qual foi a resposta. Acho que não é preciso dizer... O terapeuta então iniciou a sessão, que não podemos descrever aqui, por ser técnica demais. E o/a fã ouviu Maria e Rodolfo como nunca tinha ouvido antes. E constatou depois disso que, independente dos shows e tudo o mais, ao ouvir qualquer música deles, onde e como quer que seja, mesmo que apenas em sua imaginação, o som é rapidamente associado aos sorrisos lindos dos dois, que a receberam de braços abertos numa noite que eles nem imaginam como lhe foi difícil e, ao mesmo tempo, recompensadora. A associação do som e da imagem traz conforto ao coração e paz para a mente nos momentos de crise. As crises se tornaram mais esparsas e leves, os TOCs diminuíram, a depressão parece a cada dia mais longe. Por isso hoje essa pessoa percorre distâncias enormes, faz coisas aparentemente absurdas e não tem outras palavras para dizer se não que Maria Cecília e Rodolfo, além dos grandes artistas que são, se tornaram também sua cura.

E o que é preciso dizer aqui, agora, depois de um texto longo e cansativo (sim, nós reconhecemos isso) é que buscamos nessas linhas tentar explanar um pouco – isso mesmo, um pouco – do que um artista pode representar para um fã. Também tentamos mostrar o poder que a música tem. Ela não só leva multidões ao delírio, nem transforma um homem comum no pop star mais conhecido do mundo. A música também pode entrar na vida de uma pessoa e fazer a dor virar sorriso. E foi isso que Maria e Rodolfo fizeram com a nossa personagem de hoje, que, mesmo anônima, nunca se cansará de agradecer aos dois.

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